Talents are the new currency

3 Dezembro, 2018

Num momento de incomparável avanço das técnicas aplicadas de machine learning resulta claro que, para nós, humanos, ficarão as soft skills. Ao mesmo tempo, nunca foi tão urgente investir em empregabilidade para aumentar o emprego jovem, o crescimento de negócios e a competitividade.

Atualmente, à escala mundial, cerca de 73 milhões de jovens não têm emprego enquanto que 40% dos empregadores refere que não consegue encontrar candidatos com os skills de que necessitam. Nos Estados Unidos e na Europa, perto de 30 milhões de pessoas estão à procura de emprego, enquanto que mais de 8 milhões de vagas continuam por ocupar.

Tal desfazamento compromete seriamente uma sequer possibilidade de futuro a  milhões de pessoas e condena toda a economia e desenvolvimento mundial a um crescimento abaixo das reais possibilidades. Entramos numa espiral de desperdício do conhecimento.

Acresce no entanto que, de acordo com os mais recentes estudos feitos por consagradas consultoras, um em cada dois empregos será substituído por automação, revelando também os mesmo estudos que este exato avanço tecnológico levará à criação de milhões de novos empregos, exigindo porém, requalificação em novas valências.

Conjugando o tema da pressão que a tecnologia exerce sobre a urgência da requalificação, com as alterações demográficas que ocorrem em muitas das  sociedades no planeta, percebemos que a questão do life long learning deve ser aplicado a todos os colaboradores em idade laboral, de todas as faixas etárias.

Neste sentido o papel do líder (não do futuro, mas de hoje) deve integrar a capacidade de antecipar os desquadramentos que possam surgir na sua equipa relativamente às competências. Uma forma de mitigar este risco é a de tomar decisões de contratação que assegurem o futuro e não apenas o presente, apostar em programas de desenvolvimento de competências inovadores, desenhar planos de aceleração de carreiras e, claro, revisitar os critérios de avaliação de desempenho.

Ao sistema de ensino, público e privado, está reservado o papel crítico de ajustar as suas unidades curriculares, aproximando-as mais de réplicas do mundo real, assim preparando os jovens com ferramentas que lhes permitam, sempre que necessário, auto reprogramarem-se e de se refocarem, à medida que as necessidades das empresas o ditarem, garantindo que têm o controlo da sua empregabilidade.

Sendo consensual que a velocidade da mudança será cada vez maior, há uma certeza que não muda, a de que “ todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.”

Carla Rebelo, CEO Adecco Group Portugal

In Jornal Expresso, 1 de Dezembro de 2018