O talento e o futuro

31 Maio, 2017

Precisamos de moldar o futuro do trabalho de forma positiva. O “emprego para toda a vida” já desapareceu há algum tempo e é hoje claro para todos que os Países devem investir em várias frentes, em simultâneo: educar, proteger e reter, o talento.

Para preparar um “exército de talento” motivado e atualizado, é importante estar atento à qualidade da educação, integrada com tecnologia, bem como ao desenvolvimento das competências pessoais e sociais. Estas últimas, são as tão faladas soft skills, para que, desde pequenos, saibam trabalhar em equipa e comunicar com profissionais de outras áreas.

A verdade é que atualmente, as carreiras são cada vez mais cíclicas e multi disciplinares, e concluímos, há muito tempo, que apenas a educação escolar já não prepara ninguém para a batalha no mercado de trabalho. Depois da formação académica ou técnica é necessário apostar em politicas facilitadoras de aquisição de experiência em contexto de empresa, ou seja, no vulgo mundo real do trabalho. Assim e só assim, se realiza a frente “educar”.

Para proteger esse exército, por sua vez, é importante o equilíbrio entre as necessidades e prioridades da empresa e as necessidades pessoais dos seus colaboradores, ajudando-os nas realizações dos seus objetivos ou apoiando-os numa eventual transição de carreira. A questão da flexibilidade e confiança mútua, que devem ser os pilares da relação laboral, entre colaborador e empresa, aumenta o sentido de responsabilidade dos seus colaboradores, de modo a olharem para a empresa que os contratou como uma parceria e não como uma obrigação.

A retenção e atração do talento, assentará cada vez mais na criação de soluções inovadoras e colaborativas de desenvolvimento de políticas, apoiando a competitividade e a promoção da mobilidade, ou seja, a saudável progressão de carreira na empresa, associada a uma busca por novos desafios.

Criar uma força de trabalho com base em paradigmas diferentes dos do velho mercado de trabalho, requer mudança de mentalidades e alguma persistência, até porque, para ganhar uma batalha é normalmente preciso combatê-la mais do que uma vez!

 

Carla Rebelo – Diretora Geral Adecco Portugal

in Expresso