Robôts e o trabalho: inspiração ou medo

2 Maio, 2019

De acordo com a Adecco, o futuro do trabalho é promissor e a transformação digital está já a ter um impacto enorme no mundo do trabalho e na sociedade. Se agirmos agora e investirmos no desenvolvimento e na formação das competências adequadas, então a mão-de-obra ‘digital’ irá ser o catalisador real para um crescimento sustentável e inclusivo no século XXI.

Combinar o poder da inteligência humana com a inteligência artificial, a realidade virtual com a automação irá certamente revolucionar a forma como trabalhamos. Atualmente, o aperfeiçoamento robótico já está a ajudar-nos a excedermos as nossas capacidades naturais; a IA (Inteligência Artificial) está a abrir portas aos serviços inteligentes personalizados, em tempo real. E, as realidades virtual e aumentada estão a permitir a aprendizagem em tempo real, colaboração humanos-robôs e melhor segurança no trabalho.

A revolução tecnológica é a nossa principal esperança para lidar com questões como o envelhecimento e a redução das sociedades. Mas devemos reconhecer que pode desencadear medos, explicando, talvez, o crescimento de chamadas de atenção crescentes para respostas radicais, tais como um rendimento básico universal garantido pelo estado para apoiar o aparecimento crescente de inúmeros desempregados. De qualquer forma, a digitalização levanta enormes questões sobre a autoestima e o sentido de humanidade das pessoas.

Então, como devemos reagir às oportunidades, e, se necessário, preparar-nos para as mudanças? De acordo com a Adecco, em soluções de mão-de-obra, na indústria, a automação já está a libertar tempo para tarefas com valor acrescentador superior: por outras palavras, mais tempo para realizar tarefas menos rotineiras, que exigem mais soft skills, mais reuniões presenciais, mais formação e maior interação direta, em conjunto com o desenvolvimento estratégico e a otimização de processos.

Consideremos o Manel, o robot da Adecco, que ajuda diariamente a agilizar uma série de procedimentos rotineiros e aborrecidos, que poderiam gerar desmotivação e hoje libertam alguns colaboradores para outras tarefas mais importantes, menos rotineiras e mantendo o nível de satisfação na equipa além do rigor e a qualidade do trabalho.

Claro que as oportunidades fornecidas pela sustentabilidade digital irão muito mais longe. Para maximizar as novas exigências tecnológicas, os governos, as empresas e os trabalhadores têm todos de se adaptar. Estas são apenas quatro prioridades-chave destacadas pela Adecco para que a mudança ocorra na sociedade:

  • Investir em investigação e em inovação: não podemos parar o progresso mas podemos aproveitá-lo.
  • Reformas escolares: As competências digitais são um dever. E as competências pessoais necessárias para este novo mundo profissional também, tais como a flexibilidade; a competência para ‘aprender como aprender’ e de adaptação a mudanças contínuas; bem como competências de colaboração e de comunicação para fomentar o trabalho e os resultados em equipas geograficamente dispersas.
  • Investir em aprendizagem ao longo da vida e na requalificação com o intuito de acompanhar o ritmo das mudanças rápidas. Uma obrigação para os trabalhadores, que agora enfrentam vários períodos de múltiplos percursos profissionais.
  • Adotar a flexibilidade e a mobilidade para fomentar redes e experiência internacional, e competências interculturais.

Para os colaboradores, existe agora potencial para trabalhar a partir de qualquer lado e a qualquer hora. Os indivíduos talentosos não precisam de ficar confinados à sua cidade, ao seu país, mas podem competir globalmente. A tecnologia também impulsionou a possibilidade de integração. As pessoas que precisam de trabalhos flexíveis, tais como os pais, têm muito mais oportunidades de participar. O mesmo se aplica às pessoas com deficiências ou aos trabalhadores remotos.