Quem quer ser CEO? e no futuro?

31 Outubro, 2019

Daqui a 25 anos os chefes das organizações serão os jovens que hoje pertencem à geração Z.

A chamada geração Millenials e geração Z representará 75% da força de trabalho em 2025.

Em 2045 os CEOs não serão forçosamente todos licenciados, mas terão evoluído na carreira através de programas de aprendizagem prática, complementados por educação não tradicional, obtida maioritariamente on – line.

São estes alguns dos interessantes e reveladores resultados do estudo CtheFuture, realizado pelo Grupo Adecco, com base nos 5000 futuros líderes, atual geração Z, candidatos do programa global CEO for one month em 2019.

De acordo com esta pesquisa vale a pena espreitar o que os mesmos consideram que uma posição C-level vai implicar, ou seja, como será o perfil de um CEO geração Z:  serão fantásticos líderes de pessoas, hábeis comunicadores e acima de tudo criativos.

Esta geração de CEOs dará prioridade a aprimorar os seus soft skills, em detrimento da aquisição de novas competências técnicas (segundo 70% dos inquiridos). Como grupo, eles valorizam a curiosidade, aprendendo a desenvolver a agilidade e a adaptabilidade.

A geração Z (e nosso futuros CEOs) consideram que os atuais líderes das organizações não estão a conseguir desenvolver e evidenciar estas habilidades sociais de modo efetivo e que precisam de trabalhar a criatividade e a inteligência emocional.

Por outro lado, este estudo deixa-nos também valiosas pistas para investigação, permitindo  traçar planos de ação para resolver desvios e assim preparar a geração futura de modo mais completo.  Segundo os próprios, enquanto se sentem mais preparados e sensíveis aos soft skills que os CEOs atuais, reconhecem que o atual sistema educativo não os está a preparar de modo robusto em áreas como a gestão de projetos, data driven decision making, negociação e resolução de problemas complexos. Também se sentem mal preparados em áreas como a diversidade de culturas e relacionamento inter – geracional.

Com esta informação preciosa, temos um claro caminho a percorrer, quer no desenvolvimento dos líderes atuais, como na preparação dos futuros. É que se sem soft skills adequados o impacto de um líder pode ser desastroso, por outro lado, um líder sem capacidade analítica e estratégica acima da média, não terá mais que um barco à deriva. Mãos à obra que ainda vamos a tempo de o navegar a bom porto!

Carla Rebelo, Diretora Geral da Adecco Portugal

In Jornal Expresso, 26 de Outubro de 2019