A competitividade do talento

24 Fevereiro, 2019

GTCI – Global Talent Competitiveness Index, produzido todos os anos pela Adecco em parceria com o Insead, continua a ganhar visibilidade em todo o mundo e hoje está firmemente implantado como um benchmark global para os temas relativos à competitividade laboral dos Países bem como do futuro do trabalho.

A edição de 2019, que é já a 6ª, divulgada na cimeira de Davos no mês passado, é dedicada ao tópico do Talento Empreendedor e aprofunda como as empresas, pequenas ou grandes, Países e cidades podem promover o empreendedorismo do talento na era da transformação digital.

A razão principal pela qual o tópico do empreendedorismo foi selecionado relaciona-se com o fato de que é um componente crítico de competitividade e inovação e será cada vez mais relevante num mundo de mudança rápida que combina digitalização com globalização.

O talento é o fator decisivo na batalha global pela prosperidade à medida que alguns skills se tornam mais escassos e que as novas mega tendências redefinem a economia.

Que Países e cidades à escala mundial determinam o ritmo da competitividade do talento?

Como podemos melhorar a forma como atraímos, desenvolvemos e retemos o talento?

Será o talento um recurso finito?

Uma cultura de abertura e a inovação são críticos para propiciar um talento empreendedor, mas atenção… este não é apenas um tema que interesse a start ups ou mavericks. Análises como as do GTCI, bem como evidências recentes da vida empresarial revelam que o talento empreendedor também desempenha um papel crítico no desenvolvimento de grandes empresas, organizações e instituições governamentais.

Este índice compósito, apurado para cada país, resulta da avaliação de várias dimensões, entre outros: ambiente regulatório, abertura ao exterior, produtividade, educação formal, formação ao longo da vida, estilo de vida e sistema de formação académico e técnico/profissional.

Especificamente no caso de Portugal, no ranking do índice da competitividade do talento, conseguimos registar uma evolução gratificante, tendo passado da posição número 33 (média 2014-2016) para a posição número 27 (média 2017-2019) numa lista de mais de 120 Países.

Vejamos, no entanto, algumas classificações interessantes: somos o 5º melhor desta lista de 120 Países na tolerância de minorias, o 9º melhor em qualidade de vida, mas o 105º da lista na facilidade de contratação e o 78º na população com educação secundária.

Este estudo é cientificamente validado por entidades independentes e representa uma oportunidade de ouro para os vários Países preparem as linhas mestras dos seus planos de reformas.

Boa leitura!

Carla Rebelo, CEO Adecco Group Portugal

In Jornal Expresso de 23 Fevereiro 2019