Um clássico que envolve sempre um ovo e uma galinha. Afinal, o que vem primeiro? Uma grande cultura empresarial enraizada em trabalhadores focados ou trabalhadores focados que geram uma grande cultura empresarial?
Para além de comportamentos, símbolos, valores e missões de uma empresa, aspetos como, autonomia, responsabilidade, foco e compromisso são cruciais para definir em que acredita a sua empresa. Os líderes moldam a maneira como os seus colaboradores pensam e reagem, pois são o seu exemplo, mas cada organização é diferente e o mais importante é a experiência que o colaborador tem no local de trabalho, experiência essa que se pode traduzir no sentimento de liberdade e confiança.
Muitas vezes não é o negócio ou a ideia inovadora que surpreende e que faz a empresa avançar. O que acontece ‘behind the scenes’ pode ser altamente poderoso. A gestão individual das carreiras, a transparência, a comunicação e o reconhecimento na altura certa têm efeitos que podem surpreender.
Quem está em sintonia com a cultura da entidade que representa Fala, Fica e Luta. Fala de forma positiva e com orgulho a clientes, potenciais clientes e entre os outros representantes dessa cultura, fica na empresa pela qual acredita e luta com motivação e esforço para transformar a empresa no melhor local para trabalhar, deixando trabalhar.
Mas atenção! Não estamos a falar de criar uma equipa de clones com o mesmo background, as mesmas qualificações, competências e que estão sempre sorridentes! Mais uma vez, é importante haver quem promova a diferença, a troca de ideias e seja destemido. O ‘sempre-fiz-desta-maneira’ pode (e deve) ser trocado pelo ‘nunca experimentei fazer desta forma, deixa ver no que isto dá!’.
O truque é abraçar os valores e construir um ‘workstyle’ que os colaboradores sigam e se identifiquem. Não adianta tentar implementar uma cultura só porque é tendência ou porque foi um sucesso noutra organização. Não é uma abordagem ‘one-size-fits-all’.
Carla Rebelo – Diretora Geral Adecco Portugal
in Expresso