Mais de metade dos portugueses prefere um trabalho a tempo inteiro

23 Novembro, 2017

O estudo Flexible Working: a career and lifestyle pathway, realizado este ano e que contou com respostas de mais de 100 mil empresas em 38 países a nível mundial, revela que mais de metade dos portugueses, tendo de optar, prefere um trabalho a tempo inteiro. Ao contrário da tendência verificada a nível mundial, Portugal (54%), Itália (54%) e Espanha (42%) são os países onde existe maior resistência face ao trabalho flexível.

De acordo com o estudo conduzido pelo Grupo Adecco e o LinkedIn, a tendência para profissionais qualificados rejeitarem trabalhos com os horários habituais está a crescer no mundo, ao mesmo tempo que o fenómeno da gig economy ganha mais adeptos, por verificar-se uma alternativa mais vantajosa. Para 54% do total dos inquiridos, eleger um trabalho flexível traduz-se na escolha de um estilo de vida e carreira.

Segundo Carla Rebelo, Diretora Geral da Adecco Portugal, “O trabalho flexível é uma tendência em grande crescimento em vários países e poderá ser uma realidade em Portugal, num futuro próximo, apesar de ainda não ser muito expressiva. Este estudo revela dados importantes, pois conseguimos aceder a conclusões que nos permitem criar meios e desenvolver soluções que possibilitem condições semelhantes para quem tem um trabalho flexível e a tempo inteiro, especialmente no que diz respeito a benefícios sociais, férias, pensões e seguros.“

Esta pesquisa vem também revelar e destacar o facto de estarmos a entrar numa nova era económica, onde o trabalho flexível se está a tornar uma parte atrativa do status quo do indivíduo, ao invés de uma solução stopgap. “Este poderá ser o caminho para muitos jovens que procurem trabalhos independentes, que lhes proporcionem maior liberdade e autonomia”, acrescenta a responsável da Adecco Portugal.

Esta pesquisa apurou ainda mais algumas conclusões globais relativamente ao trabalho flexível:

  • 73% dos trabalhadores flexíveis que possuem perfil de LinkedIn apresentam qualificações superiores;
  • 54% dos trabalhadores independentes optaram por um trabalho flexível para atender às suas necessidade e objetivos pessoais e 36% devido à dificuldade em conseguir um trabalho a tempo inteiro;
  • Apenas 36% considera este fator como um passo negativo na sua carreira;
  • 82% dos inquiridos que tem um trabalho flexível e que possui uma idade compreendida entre os 18 e os 26 de idade, já desejava ser empregado independente;
  • 89% já encara o trabalho flexível numa perspetiva de longo prazo.

Sabendo da importância do trabalho flexível, o Grupo Adecco em conjunto com a Microsoft desenvolveu recentemente o YOSS – uma feira digital pioneira, que tem como objetivo colocar em contacto freelancers e grandes empresas. Esta permite a freelancers o acesso às maiores empresas do mundo, pagamento garantido no prazo de 72 horas, inscrição para benefícios sociais, entre outros.

Caracterização da amostra

O estudo Flexible Working: a career and lifestyle pathway, foi realizado em 2017 e contou com as respostas de mais de 100 mil empresas em 38 países a nível mundial, incluindo Portugal, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Suíça, Chile, Colômbia, República Checa, Alemanha, Dinamarca, Equador, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Hong Kong, Hungria, índia, Itália, Japão, Coreia do Sul, Luxemburgo, Malásia, Holanda, Noruega, Perú, Polónia, Roménia, Singapura, Eslovénia, Tunísia, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos da América e Uruguai.

Pode aceder à infografia do estudo em https://www.adeccogroup.com/wp-content/themes/ado-group/downloads/the-adecco-group-flexible-workforce.pdf

Pode aceder ao estudo em http://adec.co/hdZ96t